Cronologia
Cronologia de Alberto Veiga Guignard


1896

Nasce no dia 25 de fevereiro, em Nova Friburgo, Estado do Rio, filho de Alberto José Guignard e Leonor Augusta da Silva Veiga Guignard, com fissura palatina congênita, abertura total entre a boca, o nariz e o palato.


1900

Nasce a irmã Leonor, em Petrópolis, RJ.


1906

Morre seu pai, em conseqüência de disparo de uma arma de caça.

Após realizar os primeiros estudos no Colégio Franco-Brasileiro de Petrópolis, muda-se com a família, neste ano, para o Rio de Janeiro, onde continua seus estudos no Colégio Paula Freitas.


1907

Casamento de sua mãe com o barão Frederico Von Schilgen, de origem alemã.

Mudança da família para a Vevey, Suíça, período em que seus estudos são realizados em escola particular.


1909

Reside num castelo em Momères, França, por dois anos. Estuda nos liceus de Bagnéres-de-Bigorne, Altos Pirineus, e Tarbes, Baixos Pirineus, no sul da França e em Nice.


1915

Muda-se para Munique, concluindo sua formação escolar tradicional.

É internado numa fazenda-escola, em Freising, próximo a Munique, para estudar agronomia e zootécnica.


1917

A mãe, ao visitá-lo em Freising, observa seus desenhos e o matricula na Real Academia de Belas Artes, em Munique. Estuda com o pintor Hermann Groeber e com o artista gráfico e ilustrador Adolpho Hengeler, que pertencem ao grupo Sezession.


1918

Reside em Grasse, França, em uma casa de campo da família.

Viaja freqüentemente para a Suíça e a Itália.


1920

Regressa a Munique, freqüentando novamente a Real Academia de Belas Artes.


1923

Casa-se, em 28 de fevereiro, com a estudante de música Annie Döering, vindo a se separar logo depois.

Ingressa no comércio de objetos de arte, antigüidades e quadros.


1924

Realiza uma breve viagem ao Brasil, onde participa da XXXIII Exposição Geral de Belas Artes, no Rio de Janeiro, recebendo menção honrosa.


1925

Reside em Florença, por um período aproximado de três anos, na Pensão Banchi da Piazza Independenzia.


1926

Falece sua mãe em Menton, Riviera Francesa.


1927

Expõe no Salão do Outono, em Paris.


1928

Conhece Picasso e Utrillo, em uma de suas freqüentes viagens a Paris. Passa a residir na cidade, onde volta a expor no Salão do Outono .

Participa da Bienal de Veneza .


1929

Expõe no Salão dos Independentes, no Grand Palais, em Paris.

Falece em Munique sua única irmã.

Retorna definitivamente ao Brasil, residindo no Rio de Janeiro.

Participa da XXXVI Exposição Geral de Belas Artes, no Rio, recebendo medalha de bronze.

Participa de exposição coletiva no XI Salão de Arte de Rosário, Argentina.

Torna-se amigo dos pintores Pedro Correia de Araújo, Ismael Nery, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, dos escritores Murilo Mendes, Jorge de Lima e Aníbal Machado e do gravador Goeldi.


1930

Instala ateliê no Jardim Botânico.

Realiza exposição individual em Buenos Aires e coletiva no Roerich Museum of Art, em Nova York.

Inicia uma série de obras de tendência surrealista, cuja produção se concentra nesta década.

Participa, como diretor artístico, de festas carnavalescas e da organização de exposições para a Pró-Arte, sociedade destinada a promover o intercâmbio cultural Brasil-Alemanha, função que exerce até o ano de 1939.

Inicia sua atuação como professor de desenho e de pintura para meninas órfãs de militares das Forças Armadas, na Fundação Osório, sediada no Rio, atividade que manteve até 1943.

Torna-se amigo de Rodrigo Mello Franco de Andrade e Manuel Bandeira.


1931

Ilustra, a bico de pena, dois livros não publicados de Pontes de Miranda: O Sábio e o Artista e O Diálogo do Livro e do Desenho.

Participa, com 27 trabalhos, da XXXVIII Exposição Geral de Belas Artes, o Salão Revolucionário, sendo destacado por Mário de Andrade como uma de suas revelações.


1932

Conhece no Rio a pianista Amalita Fontenelle e, ao longo de cinco anos, confecciona um álbum a ela dedicado, com mais de uma centena de cartões.


1934

Participa do I Salão Paulista de Artes.


1935

Participa, com uma série de desenhos sobre favelas, da Mostra de Arte Social, no Clube Municipal do Rio.


1936

Integra, ao lado de Cândido Portinari, o corpo docente do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, ensinando desenho livre por seis meses.

Participa da Mostra Coletiva de Arte Brasileira em Pittsburgh, Toledo e Cleveland, sob o patrocínio da Carnegie Internacional Exhibition of Paintings, EUA.


1937

Realiza individual na Nova Galeria de Arte, Rio de Janeiro.

Participa do I Salão de Maio, em São Paulo.

Participa do Salão Oficial Argentino, Buenos Aires, recebendo o 2º prêmio em pintura, com o quadro Bambus.


1938

Participa do II Salão de Maio, em São Paulo.

Pinta no Hotel Riviera, em Copacabana, dois grandes painéis, Amanhecer e Entardecer, com cercaduras alusivas a região amazônica.

Participa de mostra da Pró-Arte, com pintores de formação artística alemã ou nascidos na Alemanha, em homenagem ao pintor e diplomata Navarro da Costa, Cônsul Geral em Munique.


1939

Participa do XLV Salão Nacional de Belas Artes no Rio, recebendo a medalha de prata, categoria pintura.

Pinta Noite de São João, dando início a uma série temática recorrente na produção posterior de sua obra.


1940

Participa do XLVI Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, recebendo o prêmio Viagem ao País com o quadro As Gêmeas, além da medalha de prata, categoria desenho.

Realiza a pintura de três painéis no Café e Restaurante Progresso, localizado à Rua Barata Ribeiro, nº 218, já demolido.

Reside no Hotel Repouso em Itatiaia, Estado do Rio, por quatro meses, onde retornou freqüentemente, em curtas temporadas, até 1942. Pinta a cabana em que morava, portas e janelas do hotel e paisagens da Serra do Itatiaia.

Enfrenta um período de problemas financeiros e de saúde.


1941

Integra a Comissão Organizadora do Salão Nacional de Belas Artes, ao lado de Aníbal Matos e Oscar Niemeyer, dentre outros, sendo responsável pela Superintendência da Divisão de Arte Moderna.

Participa do júri do Salão Nacional de Belas Artes que, pela primeira vez, concede o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro a um artista moderno: José Pancetti.

Em virtude do prêmio Viagem ao País, obtido no ano anterior, viaja pelos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.


1942

Participa do XLVIII Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, recebendo medalha de ouro com a paisagem Serra do Mar, Itatiaia.

Ensina desenho e pintura na sede da União Nacional dos Estudantes, Rio de Janeiro, por dois meses.

Publicação do Álbum Guignard, com desenhos e ilustrações para poemas de Castro Alves, Múcio Leão e Jorge de Lima.

O Museu de Arte Moderna de New York adquire o quadro Noite de São João e um desenho, por escolha do crítico de arte Lincoln Kirstein.

O Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes realiza exposição de obras de Guignard, executadas no período em que viveu em Itatiaia.


1943

Fixa atelier coletivo no Rio, com Alcides da Rocha Miranda, Iberê Camargo, Milton Ribeiro, Werner, Harnacher, Maria Campelo e Vera Mindlin, entre outros, na Rua Marquês de Abrantes, nº 4. O grupo é batizado por Manuel Bandeira com o nome A Nova Flor de Abacate, numa alusão ao dancing Flor de Abacate, que funcionava nas proximidades.

Realiza a pintura do teto da residência do senador Barros de Carvalho, situada na Rua Rumênia, nº 20, Rio de Janeiro. São nove painéis, com o tema Paisagem de Olinda.

Ilustra o livro Miraceli, um poema de Jorge de Lima.

Ilustra o livro Poemas Traduzidos, de Manuel Bandeira.

Participa da Exposição Anti-Eixo, organizada pela Liga de Defesa Nacional na Associação Brasileira de Imprensa, ABI, Rio de Janeiro.


1944

A convite do prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek de Oliveira, transfere-se para a capital de Minas, contratado para dirigir curso livre de pintura e de desenho, que mais tarde se tornaria a Escola de Belas Artes de Belo Horizonte. Das gerações de seus alunos surgiram grandes expoentes da arte brasileira contemporânea. Guignard permanece ligado a Escola até a sua morte que, em sua homenagem, passa a chamar-se Escola Guignard.

Ministra curso livre de desenho no Colégio Anchieta, em Belo Horizonte.

Participa da Exhibition of Modern Brazilian Painting, na Royal Academy, em Londres.

Organiza com J. Guimarães Menegale a Exposição de Arte Moderna, em Belo Horizonte.

O arquiteto Sylvio Vasconcellos leva Guignard nas pequenas viagens que realiza a serviço do SPHAN, às cidades históricas do ciclo do ouro.

Inicia a série de pintura do Parque Municipal de Belo Horizonte, onde instala atelier ao ar livre.

Inicia temporadas de trabalho nas cidades históricas, especialmente Sabará e Ouro Preto.


1945

Realiza a pintura do teto da residência de Paulo Gontijo, com o tema Cidades Mineiras, na rua Caraça, nº 200, em Belo Horizonte.

Participa da exposição 20 Artistas Brasileños, em Montevidéu, Buenos Aires, Santiago e La Plata, promovida pelo Museo de Bellas Artes de La Plata, dirigido pelo seu amigo Emílio Pettoruti.


1946

Realiza pintura a óleo sobre parede, com o tema Marília de Dirceu, na residência de Rodrigo Mello Franco de Andrade, em Ouro Preto, MG. Nessa cidade, também faz pinturas decorativas em móveis, no Pouso do Chico Rei, de propriedade dos amigos Pedro e Lili Correia de Araújo.

Pinta em Belo Horizonte, no 11º andar do edifício Randrade, um grande mural que, após recoberto de tinta, foi restaurado em 1985.

Germain Bazin, conservador do Museu do Louvre, visita a Escola do Parque.

Guignard expõe na ABI, no Rio de Janeiro, com os seus alunos mineiros.

Conclui pintura do teto da casa da aluna Leda Selma Dei Gontijo, na Rua Caraça, nº 200.


1947

Participa do Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, categoria pintura.

Pinta para a Feira de Amostras de Belo Horizonte o painel Paisagem Imaginária de Minas, em óleo sobre madeira, em exposição no Museu Casa Guignard, em Ouro Preto.


1948

Participa do LIII Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, recebendo medalha de ouro na categoria de desenho.

Pinta cenários para a peça A Vendedora de Borboletas, opereta em três atos, com texto de Zuleide Mello e música do maestro e compositor Arthur Bosmans.

Pinta cenário para a Dama do Mar, de Ibsen, encenada no Teatro do Estudante de Minas Gerais, sob a direção de João Ceschiatti.

Faz a capa do programa de balé da Ópera Comique e do Teatro Chatelet, de Paris, encenada pelo Conjunto Coreográfico Brasileiro, em Belo Horizonte.


1949

Ilustra o livro Passos Cegos, do jornalista e escritor Milton Pedrosa.

Participa do LIV Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, nas categorias pintura e desenho.

Pinta os retratos de Mônica e Patrícia, filhas de Antonio Joaquim e Lúcia Machado de Almeida, no período em que residiu com a família.

Reencontra, em Ouro Preto, Cecília Meireles, sua amiga desde os tempos da Pró-Arte, no Rio, que a ele dedica o poema O que é que Ouro Preto tem?


1950

Participa do LV Salão de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, na categoria pintura.


1951

Participa do LVI Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, recebendo medalha de honra, categoria de pintura.

Participa da I Bienal de São Paulo, com as obras Paisagem do Parque Municipal, Retrato de menino e Auto-retrato.

Recebe medalha de honra, categoria pintura, no recém-criado Salão Nacional de Arte Moderna.


1952

Ilustra o livro Os Halifax, de Alexandre Konder.

É homenageado na Exposição Internacional de Arte de Belo Horizonte, promovida pela Associação de Cultura Franco-Brasileira.

Participa da delegação brasileira à XXVI Bienal de Veneza.

Guignard tem sala especial na Exposição Internacional de Arte, realizada no Edifício Dantés, BH, com obras importantes da I Bienal de São Paulo.

Pinta o retrato da poeta e amiga Celina Ferreira.

Organiza, para Prefeitura de Belo Horizonte, o 7º Salão de Belas Artes da Cidade.


1953

Ilustra edição do livro Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

Envia oito desenhos para a II Bienal de São Paulo, retirando-se da mostra em seguida, num gesto de apoio ao protesto de artistas paulistas contra a arbitrariedade dos organizadores.

Retrospectiva de sua obra no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.


1954

Intensificam-se os períodos de trabalho e permanência em Ouro Preto até a sua mudança definitiva, no início da década de 60. Em Belo Horizonte reside, intermitentemente, na casa dos amigos Lúcia Machado de Almeida, Samuel Koogan e Mário Silésio.


1955

Realiza pintura a óleo sobre parede, com o tema Visão de Minas, na residência de Caio Benjamim Dias, em Belo Horizonte.

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprova o projeto nº 69, que concede Pensão Vitalícia a Guignard e abertura de um crédito especial para as suas despesas.


1956

Ilustra o livro Passeio a Sabará, de Lúcia Machado de Almeida.

Realiza pintura decorativa em portas e armários, na residência de Hélio Hermeto, em Belo Horizonte.

É realizada retrospectiva de sua obra, no Instituto de Arquitetos em São Paulo, organizada por David Libeskind.

Passa a residir na casa do seu médico, Santiago Americano Freire, em Belo Horizonte, aí permanecendo por cinco anos.


1957

Participa da mostra Arte Moderna no Brasil, no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires.


1958

Recebe a medalha comemorativa do Sesquicentenário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Participa do LXIII Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna.


1959

Realiza, na residência de Santiago Americano Freire, pintura de biombo que apresenta, em uma de suas faces, homenagem a Leonardo da Vinci.

Na residência de Gerty Von Smigay em Belo Horizonte, pinta quatro painéis representando paisagens de Minas, em folhas de madeira de um armário.

São realizadas, na capital, duas grandes exposições individuais de seu trabalho: no Automóvel Clube e na Galeria Montmartre.

Pinta, na residência de Hélio Hermeto, sobre a superfície de um armário, 30 painéis que configuram sua última produção de paisagens.


1960

Recebe a medalha Personalidades de 1959 – Artes Plásticas, conferida pelos Diários e Emissoras Associados.

Ilustra o livro Passeio a Diamantina, de Lúcia Machado de Almeida.

Pinta os 14 Passos da Via-Sacra, em madeira, para a Capela de São Daniel, em Manguinhos, projetada por Oscar Niemeyer para o Parque Proletário de São José, RJ, a convite do governador João Sette Câmara.

Exposição Individual na Petite Galerie, no Rio, com apresentação de Rubem Braga, quando recebe o prêmio de crítica, da Associação Brasileira de Críticos de Arte, ABCA.


1961

Viaja à Europa em companhia de Helena e Santiago Americano Freire.

É instituída a Fundação Guignard, destinada a zelar pelo bem estar físico e moral do pintor e proteger o seu patrimônio. Passa a residir em Ouro Preto, na casa de Pedro Aleixo, enquanto aguardava a restauração de sua casa, recém adquirida por Guignard para nela morar e instalar a Fundação.

É condecorado com a medalha de honra da Inconfidência Mineira, no dia 21 de abril, em Ouro Preto.

Realiza sua única obra histórica, A execução de Tiradentes, a pedido de Juscelino Kubitschek de Oliveira.

O Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte realiza retrospectiva da obra de Guignard, reunindo cerca de 100 obras.


1962

Estabelecido contrato de exclusividade com a Petite Galerie, Rio de Janeiro, para a venda de seus quadros, em todo o território nacional.

Falece em Belo Horizonte, no Hospital São Lucas, dia 25 de junho, vítima de distúrbios circulatórios. É sepultado no dia seguinte, no cemitério da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, atendendo ao seu desejo.


 
 
Consulte o banco de dados das obras inventariadas em Belo Horizonte e Ouro Preto.
Veja Todas

Ação Educativa
O Museu Guignard oferece programas especiais sobre a obra do artista: exposições temporárias, oficinas e visitas orientadas.

Associação de Amigos
Junte-se ao time de colaboradores do Museu. Participe das ações e atividades realizadas na Casa. Ajude a divulgar a arte do “Rei Guignard”.